Faustino Antunes

quinta-feira, 31 de maio de 2012

UMA FOTO POR DIA





BONECAS

Quando as bonecas eram caras, pesadonas e quebravam quando caíam, porque eram de louça, as meninas da roça exercitavam os seus instintos maternais com as bonequinhas de milho. Essas ancestrais da Barbie até que eram simpáticas, com cabelinhos de vários tons, indo do branco ao vermelho e tinham varias vantagens: eram baratas, substituíveis e abundantes. Bastava entrar no milharal e sair com uma braçada delas!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

UMA FOTO POR DIA





UMA ROSA

Uma rosa solitária, plantada á beira do caminho. Plantada por quem e para quê? Para alegrar o dia dos transeuntes distraídos que quase nunca percebem a sua presença, ou para, colhida, fazer feliz a pessoa amada? Para perfumar as mãos que a colhem sem se importar com os espinhos ou para enfeitar com harmonia o altar da Santa?
O que importa é que ela existe e traz intrínseca em seu ser, a habilidade de despertar sentimentos. Sua cor indefinida tem alguma coisa de misteriosa e possivelmente mágica. Sua vida é relativamente curta, mas carregada de fortes possibilidades. E fique onde está ou seja levada para onde for, com certeza desempenhará com eficácia a sua função!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

DIVAGAÇÕES



ÓCIO CAIPIRA




Bom mesmo é descobrir a fruta no meio das ramagens, colhe-la improvisando um gancho com um galho, sentar numa pedra ou num toco e saboreá-la calmamente sem preocupação. Não importa pra que lado o mundo gira, o preço do dólar, a queda da bolsa ou a crise na Europa. Importa é não ter pressa, exercitar as papilas gustativas com muita pachorra, ao som de chilrear dos pássaros, com o sabor da fruta se misturando ao cheiro do capim seco. Isso se chama paz!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

RESTOS DE COISAS




Ruínas
Restos de alguma coisa
Que hoje são apenas restos
Esquecidos, deslembrados!

O tempo
O tempo e o vento
E às vezes o sofrimento
E o dia-a-dia!

O tac depois do tic,
De uma maquina indolente
Num monjolo indiferente
Num sotaque entorpecido!

A água que pinga
Cada dia uma pinga
Cada dia uma gota
A gota d’água!

Tudo isso
Ás vezes nos faz pensar
A felicidade existe,
Mas demora a funcionar!

quinta-feira, 17 de maio de 2012




Os pessegueiros são diferentes. Como todas as frutas de climas temperados, as suas flores não anunciam a chegada da primavera. Quando elas aparecem, é tempo de arejar os cobertores. É o inverno que se anuncia!



Não, não é a primavera,
Que chega
É o inverno
Que bate á porta!

Tempo de assoprar
Pra ver a fumaça saindo da boca
Tempo de meter as mãos nas luvas
Quem as tiver!

Tempo pra pensar em entrar no banho
Pra pensar em sair do banho
Pensar em se deitar
E chorar pra levantar!

É tempo de enfrentar o frio
Com tudo que é quente
Com pipoca, cobertor
E com o coração da gente!







terça-feira, 8 de maio de 2012

UMA FOTO POR DIA





REGADOR

Nem só as nuvens sabem fazer chover



A chuva cai fininha
Desce prá molhar
Só não molha tudo
Porque é pouquinha.

Ela molha a planta
Molha onde cai
Não molha o telhado
Pois é muito alto.

Ela molha a planta
Mas é água escassa
E seca depressa
Logo a chuva passa.

Essa chuva fina
Não é da nuvem não
Vem de um regador
Bem perto do chão.


segunda-feira, 7 de maio de 2012

DE VEZ EM QUANDO, UM POEMA




CANDEEIRO

Da luz do candeeiro.
Uma sombra se desprende
E feito uma gosma antropomorfa
Abraça-me!

E ao me cingir, me absorve
E com minha alma interage
Por osmose me agrega
E me domina!

E meu ente se oferece
Sem relutar, sem peleja,
Numa entrega absoluta
Irreversível.

Mas porque me entrego assim,
A essa força que me doma?
Donde vem, quem é essa sombra,
Tão poderosa?

Vem do infinito insondável,
Fora do tempo e do espaço
E agora vai me levar,
Pro meu lugar!


sexta-feira, 4 de maio de 2012

NO BALANÇAR DO BALANÇO




O balanço vai
O balanço vem
A noite inda tarda
Mas o sono não

E no vai e vem
Um doce acalento
Pra lá e pra cá
Cabelos ao vento
E o mundo ao redor
Roda bem devagar
Para o lusco-fusco
Custar  a chegar!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

UMA FOTO POR DIA





Fogão á lenha, a chaleira de ferro bufando no fogo. Um pouco de pó de café, um pouco de açúcar, a água fervente despejada no coador acomodado no tripé e em pouco tempo o cheiro delicioso toma conta do ambiente. Café feito na hora é tudo de bom. Se for caipira, colhido na peneira e seco no terreiro depois de derriçado e rastelado, melhor ainda!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

CINE MARIALVA


Foto arquivo Armando Rossato

CINEMA NA PRAÇA

Na frente do cinema havia uma praça. Não era uma praça no sentido literal da palavra. Era um pedaço de rua, onde as pessoas se encontravam aos domingos á noite para conversar e namorar. Muitos relacionamentos sérios e outros nem tanto tiveram inicio nesse vai e vem dominical. Como não havia shoppings e as televisões eram raríssimas, sobrava para os jovens essa opção para se encontrar com amigos.
 Lá dentro, na tela, os tiros dos faroestes pipocavam dos colts do Django, Trinity e outros caubóis. O Jerry Lewis e o Mazzaropi matavam a platéia de dar risadas e o Gianni Morandi arrancava suspiros das mocinhas. Gigliola Cinquetti também nos visitou varias vezes com o Dio Come Ti Amo e Non Ho L’etá. Na sexta feira santa, um velho filme da Paixão de Cristo comovia a todos. Vez em quando, o erotismo de uma pornochanchada da Vera Cruz para os adultos.
Nos domingos á tarde, na hora da matinê, enquanto o Tarzan e a Chita faziam suas peripécias na selva, a molecada se encontrava lá fora para trocar gibis: Tio Patinhas, Pato Donald, Tarzan, Zorro e uma infinidade de títulos eram trocados. Poucos compravam as revistinhas: liam durante a semana e aos sábados trocavam por outras não lidas.
A música oficial do Cine Marialva era o Viver ou Morrer de Paul Mauriat. Quem tem mais de trinta anos, ainda se recorda do velho cinema ao ouvi-la.

UMA FOTO POR DIA






Missão: crescer e saciar a fome de quem chegar primeiro. Para suprir o organismo de potássio, nada como uma banana nanica por dia, segundo o tenista barriga verde Guga. A propósito, porque "nanica" se ela costuma ser enorme?



A Banana Nanica também conhecida como Banana Caturra. Tem casca fina e amarelo-esverdeada (mesmo quando a banana esta madura) e polpa bastante doce, macia e de aroma agradável. Cada cacho de banana tem por volta de 200 bananas. A banana Nanica contém consideráveis quantidades de vitaminas B e C, além de ser alcalina, neutralizando a ação de ácidos no organismo. As vitaminas B1 e B5 ajudam na regularização do sistema nervoso e aparelho digestivo. A vitamina C dá resistência aos vasos sanguíneos, evita a fragilidade dos ossos e dentes, age contra infecções e ajuda a cicatrizar ferimentos.
Banana Nanica