Faustino Antunes

segunda-feira, 14 de março de 2011

PANACEIA CAIPIRA


Dona Gertrudes era uma velhinha simpática que conheci a alguns anos atrás e espero que ainda seja. Morava pertinho da cidade e todo o domingo podia ser vista na estrada, voltando da missa, arrastando as chinelas na poeira do chão. Muito religiosa e muito honesta, era um exemplo de pessoa e tinha sempre uma palavra de conforto para todos os que encontrava. No sitio estava sempre á cata de plantas medicinais, o que depois de Deus, era o que curava os seus males. Um dia encontrei-a as voltas com uma planta nas mãos. Ao perguntar-lhe a utilidade da mesma, respondeu-me com a língua enrolada:
- É patuquiá
Achando que ela não havia entendido a minha duvida e pensando que ela me dizia o nome da erva, perguntei-lhe de novo o que é que a planta curava. A resposta foi a mesma:
- É patuquiá
Só depois de algum tempo entendi que a Dona Gertrudes usava o vocabulário mineirês e estava me dizendo que o remédio servia “para tudo o que há”.

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