Faustino Antunes

segunda-feira, 19 de julho de 2010

MARQUÊS DE MARIALVA






“HIC, UBI LUSIDUM JACET INSTAURATOR IN UMA, PIGNUS HABET POSITUM COR MARIALVA SUUM, CORDE SUUM SEQUITUR REGEM MARIALVA SEPULTUM UT VITAM CREDAS, NON PERIISSE FIDEM”.

Entenderam alguma coisa do latim aí em cima? Não? Nem a palavra MARIALVA? Pois essa é a inscrição que está junto do coração de D. Antonio Luiz de Meneses, o terceiro conde de Cantanhede e primeiro marquês de Marialva. Quando essa figura morreu, seu coração foi enterrado separado do resto do corpo, dentro de um cofre de prata, junto ao tumulo de D. João IV, um dos reis de Portugal.
De 1580 a 1640, Portugal era dominado pelos reis castelhanos da casa de Habsburgo e D. Antonio teve uma importante participação na libertação do país, conhecida como Guerra da Restauração, sendo por isso agraciado com o titulo de marquês de Marialva.
Provavelmente o nome Marialva tenha sido criado por Fernando Magno, rei de Leão e de Castela, em tributo á Virgem Maria (Maria Alba), cujo culto era muito comum nos séculos XI e XII.

sexta-feira, 16 de julho de 2010


A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos,na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.
Carlos Drummond de Andrade

RIBEIRÃO MARIALVA


O RIO DA MINHA INFÂNCIA



Na minha infância havia um rio. Para mim, era um grande rio, que só poderia ser atravessado por cima de pinguelas ou com muito cuidado pulando de pedra em pedra. Era chamado de córrego, mas nós crianças o chamávamos de “córgo”. E era nas margens desse córrego que extraiamos o barro azulado, que mais tarde fiquei sabendo que se chamava argila, para nos divertir fabricando bonecos e bolinhas que serviriam de munição para os estilingues. Esse barro era transportado em folhas de chapéu de couro, planta muito conhecida pelas suas propriedades medicinais e amassado nas mãos até tomar a forma desejada. Nas margens, colhíamos também os frutos de uma árvore conhecida na região como “salta martin”, que pareciam ser feitos de látex e eram muito bons para brincar. Peixes também havia alguns: lambaris, piabas, bagres, cascudos e os pequeninos guarus. Nas pescarias, as iscas eram as infalíveis massas de pão ou minhocas, mas geralmente pescávamos com as peneiras de abanar café. Era indescritível a sensação de ver os peixinhos pulando desesperados, querendo voltar pra água, mas iam mesmo para o embornal. Nunca me esquecerei do susto que levamos quando pescamos um cágado esperneando, que voltou pra água com peneira e tudo.
Nem só para as crianças se divertirem serviam as pinguelas. Quando havia terço do outro lado do rio, os adultos também se serviam delas, com as mulheres encarrapitadas, gritando de medo. Se era noite, os lampiões a querosene alumiavam o trajeto precariamente com as raízes no chão arrancando unhas e lascas dos pés dos passantes.
Hoje o meu rio ainda existe. Não posso dizer que esteja vivo, pois o fiozinho de água que escorre não comprova isso. Escorre por entre um mar de sacolas plásticas, garrafas Pet e outras tranqueiras produzidas pela modernidade. A fauna aquática praticamente desapareceu e somente algum guaru teimoso ainda resiste bravamente na água poluída. Um grande amigo de infância nos estertores da morte, mas que teima em continuar vivendo. Um bravo guerreiro que não entrega os pontos, mas até quando? Até quando a nossa irresponsabilidade vai continuar a ceifar vidas?
Infelizmente é só mais um, dos tantos sendo mortos em nosso planeta.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

PROCURA-SE UM AMIGO




Procura-se um amigo, Vinicius de Moraes



Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

FICHA LIMPA - VOTO LIMPO

Estamos em ano de eleições. Dentro de alguns meses os brasileiros elegerão os políticos que nos governarão pelos próximos anos nas esferas federais e estaduais. As campanhas já estão nas ruas e a maioria dos candidatos já são velhos conhecidos nossos. Este ano, graças a Deus, temos a novidade da lei que impede que candidatos que tenham a chamada ficha suja sejam candidatos. É uma lei, de iniciativa popular, amplamente apoiada pela Igreja Católica, que tenta moralizar um pouco o nosso sistema político, repleto de escândalos e evidencias que nos mostram o descontrole a que chegamos.
Sabemos que muitos políticos, mesmo portadores de ficha suja, conseguirão se candidatar, usando para isso as brechas que a lei oferece. Sabemos que muitos outros, mesmo não condenados, deveriam se-lo, por nós eleitores, na hora do voto, porque conhecemos a sua falta de seriedade na administração da coisa publica.
Nós brasileiros somos acostumados a reclamar constantemente da situação do país, da roubalheira dos políticos, da falta de ética e moral do nosso povo, fazendo inclusive piadinhas a esse respeito. Mas não nos conscientizamos que a situação atual pode e deve ser mudada e isso depende da nossa atuação no dia das eleições. Precisamos conhecer o político que irá receber o nosso voto, saber do seu passado, sua atuação junto á comunidade e sua capacidade administrativa. E principalmente, não nos deixar levar por propaganda enganosa, pela compra de votos e pela conversa fiada da maioria dos candidatos. Sei que isso não é fácil, mas com um pouco de jeito, conversando aqui e ali, analisando as informações, chegaremos ao nosso representante. Nunca podemos nos esquecer do seguinte: estou elegendo o administrador do meu dinheiro, que foi arrecadado em impostos e que devera ser revertido em meu beneficio, através de obras do governo. Se esse candidato me oferecer alguma vantagem particular, com certeza oferecerá também a outros e para cumprir as suas promessas, terá que participar de atos ilícitos.
Voto consciente. Quero para meus filhos e netos, um país diferente do que eu tenho hoje. Preciso fazer a minha parte, e conscientizar os outros para que façam o mesmo. Uma gotinha de água pode não apagar um incêndio, mas, se todos seguirem o exemplo...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

UM DOCE CHAMADO CORA CORALINA





“Humildade




Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”

Cora Coralina

FELICIDADE



FELICIDADE

(Guilherme de Almeida)

Ela veio bater à minha porta
e falou-me, a sorrir, subindo a escada:
"Bom dia, árvore velha e desfolhada!"
E eu respondi: "Bom dia, folha morta!"

Entrou: e nunca mais me disse nada...
Até que um dia (quando, pouco importa!)
houve canções na ramaria torta
e houve bandos de noivos pela estrada...

Então, chamou-me e disse: "Vou-me embora!
Sou a Felicidade! Vive agora
da lembrança do muito que te fiz!"

E foi assim que, em plena primavera,
só quando ela partiu, contou quem era...
E nunca mais eu me senti feliz!




Um sonêto que eu gostaria de ter escrito!!

domingo, 11 de julho de 2010

COPA DO MUNDO DE FUTEBOL


Não entendo nada de futebol. Não sei se o Dunga deveria ter levado para a copa na África do Sul o fulano, sicrano, beltrano ou o Adriano. Não sei se erramos na tática, na falta de vontade de jogar, se os adversários foram desleais. Não sei quanto ganham os jogadores, se tinham motivação suficiente para representar o nosso país, se tinham condições físicas e as demais virtudes necessárias que se espera de um bom atleta. Não entendo nada de futebol e não quero sair por aí explicando o porquê da nossa derrota, como fazem milhões de brasileiros que, como eu, também não entendem nada de futebol. Outra coisa que também não entendo é essa história de “pátria de chuteiras” onde todos os valores do nosso povo estão nos pés de alguns profissionais e que se eles falharem, o mundo acabou. Mesmo não entendendo nada disso, também botei a camiseta verde e amarela, vibrei com os gols do Brasil e fiquei triste com os gols que fizeram na gente. O que eu não fiz, após a nossa derrota, foi amontoar a nossa bandeira com as faixas de TNT e mostrar cara de enterro, como se o mundo tivesse acabado. Não acabou não minha gente! Ainda temos e sempre teremos muitos valores para nos orgulhar! Temos ainda vários esportes nos quais também somos campeões. Temos ainda um povo forte, que apesar de sofrido, explorado e muitas vezes humilhado, ainda se mantém de cabeça erguida. A nossa raça não aparece apenas nos grandes estádios de futebol, mas aparece também no dia-a-dia, no grande desafio da vida, na superação de obstáculos e na luta constante pela sobrevivência. O Brasil se destaca no mundo como um dos países que mais se desenvolve em vários setores, que cresce pela força e pelo trabalho do seu povo. O brasileiro, com seu eterno bom humor, tem muito que ensinar aos outros povos. Jogar futebol com arte ele já ensinou e parece que os gringos aprenderam muito bem!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

9 de JULHO

Os paulistas comemoram hoje o aniversário da revolução constitucionalista de 1932. Foi o último grande conflito armado que tivemos no Brasil e é comemorado no estado de são Paulo como a mais importante data cívica da história. O objetivo dessa revolução era derrubar o governo provisório de Getulio Vargas e a promulgação de uma nova constituição para o Brasil. São Paulo e Minas Gerais viviam ás turras nessa época por conta da quebra do acordo café com leite, onde paulistas e mineiros se revezariam no poder. No conflito, morreram oficialmente 934 pessoas, mas há estimativas de mais de 2.200 mortos.

MAIS VINÍCIUS

Não deu pre resistir! Mais um pouco de Vinícius.


Soneto de Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

Vinícius de Moraes

VINICIUS DE MORAES

Há exatos trinta anos o mundo perdia o grande Vinicius de Moraes.
Não morreu, porque poetas não morrem!




SONETO DA SEPARAÇÃO



De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinícius de Moraes


Não falei que ele não havia morrido?

A VOZ DO BRASIL

Você sabe qual é o programa de radio mais antigo do Brasil. Claro que sabe! É a Voz do Brasil, e esse recorde consta até no Guinness Book!
O programa foi criado por um amigo de Getulio Vargas para servir como propaganda politica para o presidente. Propositalmente foi escolhido o horário das 19 horas, pois era quando os trabalhadores chegavam ás suas casas depois do trabalho e como quase não havia televisão, no lugar da novela, o povo ouvia as façanhas do governo. O inicio das transmissões aconteceu no dia 22 de Julho de 1935, com o nome de Programa Nacional. A musica utilizada na abertura do programa já mudou varias vezes de ritmo mas continua a mesma: O Guarani, de Carlos Gomes.
Recentemente a Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado aprovou mudanças para tornar flexível o horário da apresentação da Voz do Brasil. futuramente nas emissoras que não são públicas, poderemos nos "deliciar" com o programa, das 19 ás 23 horas, conforme a emissora escolher.
Uma boa noticia! Apesar de até gostar do programa, acho uma arbitrariedade que não haja opções de se ouvir rádio no horário estipulado pelo governo das 19 ás 20 horas.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

GRATIDÃO

Almoçava o meu frango, o cão e o gato
comiam ao meu redor o resto
dos ossos que saíam do meu prato.
E patrão honesto,
vigiei sem preguiça
a distribuição
com toda justiça
e sem distinção.

Mas uma vez vazio o prato eu,
vendo o gato sair, disse: - Que foi?...
Vai-se embora?.. - Decerto, respondeu,
pois o frango também já não se foi?...

O contrário, porém, com o cão se deu,
que em alegria acesa,
me veio ao colo e minha mão lambeu.
Eu disse: - Bravo! Mostras à nobreza,
q'inda há no mundo alguma coisa sã.
E ele respondeu: - Sim, com certeza,
pois outro frango teremos amanhã.

(Trilussa - tradução de Paulo Duarte).

MULHERES NA IDADE MÉDIA

Gravura medieval – a mulher sendo criada a partir de uma costela de Adão



Na Idade Média havia uma grande preocupação com relação ao prazer, principalmente o prazer da carne, e numa época de forte religiosidade, quem acabava levando a culpa era a mulher. Para se ter uma idéia da baixa valorização do sexo feminino, vale recordar uma frase de Arnaud Laufre: “a alma de uma mulher e a alma de uma porca são quase o mesmo, ou seja, não valem grande coisa”.
Culpadas pelo pecado original, esses maravilhosos seres demoníacos eram a própria personificação do mal. Como a maioria das idéias e dos conceitos era elaborada pelos eclesiásticos, os valores atribuídos ás mulheres oscilavam entre a santidade da Virgem, contrapondo com os pecados da Madalena.
Suscetíveis ás forças malignas eram constantemente citadas nos sermões como sinais de que o demônio vivia presente nos corpos femininos. E com todos esses olhares sobre si, as mulheres tinham que corresponder ao ideal de santidade que lhes eram atribuídos. Viviam em função dos homens, no dia a dia penoso da época. Labutavam nos trabalhos do campo ou nos cuidados com a casa e com os filhos, ou ainda, deixavam-se enclausurar nos refúgios dos conventos a rezar pela absolvição das almas pecadoras.
Poucas mulheres se destacaram nesse grande período conhecido como Idade Média. Algumas rainhas e algumas santas, umas poucas guerreiras. A maioria ficou no anonimato por conta das leis e costumes da época.

terça-feira, 6 de julho de 2010



Navegar é preciso, viver não é preciso - Fernando Pessoa.

Navegar exige precisão. Na vida podemos escolher e tomar o melhor caminho. Sempre poderemos nos arrepender dos nossos erros, aprender a lição e corrigi-los.

O GATO SOCIALISTA

Um gato que bancava o socialista,
com o fim de chegar a deputado,
estava a comer um frango assado
na cozinha de um capitalista.

Outro gato, com lógica sectária
ao primeiro afirmou: - Estou contigo.
Pensa tu que eu também, querido amigo,
pertenço à mesma classe proletária.

E bem sei que se nestas revoadas,
eu quiser esse frango que dispões,
o partirás já, já, em duas porções,
pois não somos, debalde, camaradas.

- Isso não, disse o outro sem pudor,
eu não divido nada, ó meu artista.
Porque, se em jejum sou socialista,
comendo, sempre sou conservador.

(Criação de Trilussa - traduzido por Breno di Grado).

do blog "Ao Correr do Teclado"

MAIS UM POUCO DA HISTÓRIA DA UVA

Segundo M. Pio Correa, em seu” Dicionário das Plantas Úteis do Brasil e das Exóticas Cultivadas”, a videira é uma trepadeira de caule espesso e resistente, verde quando jovem, tornando-se escuro posteriormente. Folhas grandes, divididas em lobos, com uma leve pilosidade esbranquiçada em sua superfície e flores creme-esverdeadas e pequenas. Os frutos são de formato arredondado ou elipsóide, podendo ser brancos, verdes, amarelos, rosados, vermelhos ou azulados, de acordo com a variedade. A polpa é aquosa e pode envolver até quatro sementes de coloração escura.
Pesquisadores datam o inicio do cultivo da uva, de há 4.000 anos, mas a localização no tempo, das primeiras produções de vinho ainda é incerta. Escavações na Turquia, na Síria, no Líbano e na Jordânia, indicam a presença de uvas no seu estado selvagem, a cerca de 8.000 anos antes de Cristo.
Fruta difícil de transportar e conservar, o homem logo aprendeu a aproveitar os valores e as delícias embriagantes da uva. Por sua alta concentração de açúcares, o processo de fermentação de uvas gera uma bebida de teores alcoólicos variáveis que superou muito o vinho feito de outras frutas.
Acredita-se que por volta do ano 600 aC, o homem aprendeu a podar a videira para obter uma maior carga de frutos. Conta uma lenda que foi um asno e não um homem que descobriu a técnica da poda, ao comer os ramos e as folhas verdes de uma videira. Pode até ser uma anedota, mas poderia ter acontecido realmente.
Acredita-se que as primeiras uvas originaram-se na Ásia, tendo sido introduzidas na Península Itálica e na Europa pelos povos gregos. Foram os romanos, por sua vez, que transformaram a viticultura em um comercio lucrativo, enchendo as paisagens mediterrâneas de videiras. As uvas de então, ainda por vários séculos, destinavam-se basicamente á produção de vinho.
No Brasil, as uvas chegaram com os primeiros colonizadores portugueses. Há indícios de que ela foi introduzida em 1532 por Martin Afonso de Souza, mas o verdadeiro desenvolvimento da viticultura comercial só ocorreu a partir de meados do século dezenove, com os imigrantes portugueses e italianos. Nossos antecedentes europeus trouxeram também na bagagem, o tradicional costume de consumir vinho que rapidamente caiu no gosto do brasileiro.
Há cerca de 10 mil variedades diferentes de uvas adaptadas a vários tipos de solo e clima, o que possibilita o seu cultivo em quase todas as regiões do mundo. Sendo frutas bastante sensíveis ás condições do solo e do clima em que se desenvolvem, as uvas variam muito de acordo com essas condições, apresentando características que as distinguem segundo o sabor, a acidez, a doçura, o formato, a coloração e a resistência da casca, o tamanho, a quantidade de sementes, a forma e o formato dos cachos.
Conforme o Engenheiro Agrônomo Jose Odair Mazia, em Marialva, as variedades mais cultivadas são as chamadas uvas finas de mesa. Os primeiros pés foram plantados no ano de 1962 por produtores de café de origem japonesa, atraídos pelos bons resultados econômicos obtidos por patrícios seus no município paulista de Pilar do Sul.
No inicio, encontraram vários problemas em virtude do desconhecimento do manejo, principalmente com relação ás podas, mas a partir de experiências, conseguiram fazer com que as parreiras tivessem uma boa produção. A partir de 1975, com os cafezais paranaenses dizimados pela grande geada, a uva fina de mesa no município de Marialva, tornou-se uma opção viável para os pequenos produtores.
Hoje Marialva deve uma grande parte do seu desenvolvimento ao cultivo da uva. Novas técnicas e novas variedades vão sendo acrescentadas a cada ano e apesar de algumas dificuldades, principalmente com relação á comercialização, pode-se afirmar com certeza,que foi muito bom para o município a idéia de se produzir uvas finas no interior do Paraná.


este texto é parte do trabalho da disciplina de METEP do curso de História da UEM, apresentado em 2006 por Faustino F. Antunes.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

QUASE DOIS SÉCULOS DE VENEZUELA

A nossa vizinha Venezuela está em festa hoje. comemora 199 anos de independência, quando o grande libertador das Américas Simon Bolivar, em luta armada, livrou o hoje territorio do polemico Hugo Chavez, do dominio espanhol.
Existem algumas teorias da origem do nome Venezuela. Uma delas diz que havia no local um povoado indigena conhecido como Veneciuella, que teria dado nome ao país. A outra, mais aceita diz que o nome foi dado por Americo Vespucio numa expedição em 1499 por encontrar no local, casas construidas sobre suportes de madeira, conhecidas hoje como palafitas. Essas construções sobre a água, fizeram o grande navegador se recordar da sua terra natal, Veneza e ele deu ao lugar o nome de Venezuela.
Antes da chegada dos europeus era habitada pelos indios das etnias Caribes, Aruaques e Cumanagatos. Depois da independencia, seu nome oficial passou a ser República Bolivariana da Venezuela.

JOHN MAYNARDES KEYNES

Hoje o mundo econômico festeja o aniversário do nascimento de John Maynardes Keynes, conhecido como um dos mais importantes economistas de todos os tempos. Keynes defendeu uma politica de estado intervencionista, ou seja, a intervenção do estado na economia utilizando medidas fiscais e monetárias. Ao contrario das teorias do liberalismo econômico, o conhecido "laissez-faire"(deixai fazer)o pensamento keynesiano propõe um governo forte interferindo na economia do país.

HISTÓRIA ORAL - PESQUISA DE CAMPO

O método de se recolher informações por meio de entrevistas com pessoas que vivenciaram algum fato ocorrido, pode-se entender como historia oral. Geralmente os entrevistados são pessoas idosas e é preciso muito tato para se fazer a entrevista. O pesquisador precisa levar em consideração que a memória é seletiva, ou seja, nos lembramos de coisas que tenham nos interessado pessoalmente e mesmo assim a memória pode sofrer alterações com o passar do tempo. Deve-se considerar também que algumas pessoas podem deturpar o que tem a dizer, por motivos pessoais, ora vangloriando ora denegrindo exageradamente o fato relembrado.
A Revista Eletrônica de Enfermagem, no seu site, enfoca que a historia oral tem três funções complementares: registrar relatos, divulgar experiências relevantes e estabelecer vínculos com o imediato, promovendo assim um incentivo á história local e imediata .É uma história vista como alternativa a todas as construções historiográficas baseadas no escrito. Desenvolveu-se á margem da Academia, baseando-se na idéia de que se chega á verdade por meio do testemunho oral. Utilizando-se a história oral, pode-se prestar a diversas abordagens e se mover num terreno interdisciplinar.
O site’” Centro de Memória”” destaca que História Oral é o registro da história da vida de indivíduos que ao focalizar suas memórias pessoais, constroem também uma visão mais concreta da dinâmica do funcionamento das várias etapas da trajetória do grupo social ao qual pertencem. O cientista social não depende somente de textos escritos para estudar o passado.
A história oral apresenta também uma parceria entre o informante e o pesquisador, construída ao longo do trabalho de pesquisa, pelas relações baseadas na confiança mútua, tendo em vista objetivos comuns. Constrói-se assim uma imagem do passado abrangente e dinâmica.
Ao pesquisar os camponeses mexicanos do Estado de Yucatan, Esther Iglesias relata suas experiências com a história oral no mundo rural. Nos mostra que o relato oral não é novidade e tem raízes na própria natureza humana.
Segundo ela, os relatos mesmo nítidos e ordenados, estarão de maneira embaçada na memória do informante e poderão variar de acordo com as condições atuais do mesmo, como a idade, saúde, nível de vida e ainda, o interesse em recordar ou não o fato pesquisado. O relato pode ser um testemunho fiel, desde que seja submetido a outras provas da época.

TIQUINHO DA HISTORIA DA UVA EM MARIALVA

Os primeiros pés de uva fina de mesa foram plantados em Marialva no ano de 1962 por produtores de café de origem japonesa, atraídos pelos bons resultados econômicos obtidos no município paulista de Pilar do Sul por patrícios seus. No inicio encontraram vários problemas em virtude do desconhecimento do manejo, mas a partir de experiências, conseguiram fazer com que as parreiras tivessem uma boa produção. A partir de 1975, com os cafezais paranaenses dizimados pela grande geada, a uva fina de mesa tornou-se uma opção viável para os pequenos produtores.

Parte do trabalho de METEP, do curso de história. A professora era a Solange

QUATRO DE JULHO - INDEPENDENCIA AMERICANA

Ontem, quatro de julho os americanos comemoraram o aniversário da sua independência. O fato, acontecido no século dezoito, difere muito na independência do Brasil e sobre a nossa independência voltaremos a falar, provavelmente em setembro.
Sabemos que os Estados Unidos eram uma colonia inglesa, ou melhor, eram treze colonias inglesas no seculo dezoito. Na época a Inglaterra era comandada pelo rei George III e por conta de uma recente guerra com a França (guerra dos sete anos)precisava recuperar o capital gasto nessa guerra. Que fez o país da Sua Magestade? Aumentou os impostos e taxas cobradas das suas colonias, o que revoltou muito os norte americanos. Numa das revoltas, conhecida como a Festa do Chá, o povo das colonias invadiram os navios inglese ancorados no porto e jogaram toda a carga de chá no mar.
Os americanos do norte começaram a tentar se libertar da dominação inglesa e em 1776 Thomas Jefferson redigiu a Declaração da Independencia dos Estados Unidos da America.
Claro que a poderosa Inglaterra não ia entregar de mão beijada a sua mais rica colonia e até 1783 inglese e americanos se bateram na guerra. Venceram é claro os Estados Unidos, com o apoio da França e da Espanha.
A Constituição dos Estados Unidos de 1787, de caracteristicas iluministas (futuramente também falaremos do iluminismo)garantia a propriedade privada, defendia os direitos individuais do cidadão mantinha a escravidão e optou pelo sistema de Republica Federativa.
Essa luta americana foi um marco na crise do antigo regime, e alguns defendem que teve influencias na Revolução Francesa.
Parabens aos estadunidenses!

sábado, 3 de julho de 2010

UM POUCO MAIS DA HOLANDA

Os Países Baixos(Nederland)são assim chamados porque contam com vinte e sete por cento de sua área e sessenta por cento de sua população situados abaixo do nivel do mar. Esses países são conhecidos no mundo como Holanda (a própria que nos mandou pra casa na copa da Africa do Sul). Por conta dessa geografia, os holandeses tiveram que conquistar as suas terras do mar, por isso a construção dos diques.
País muito diferente esse! Quando ouvimos falar em moinhos de vento, tulipas e tamancos, com certeza vamos ouvir alguma coisa sobre a Holanda! É um país de politica liberal, uma das economias capitalistas mais liberais do mundo!E suas leis costumam ser muito polemicas tambem, principalmente no que diz respeito á homossexualidade, drogas, prostituição, eutanasia e aborto.
Mas da Holanda atual, já sabemos alguma coisa (inclusive dos dois a um na nossa seleção).Vamos agora tentar saber o que eles vieram xeretar aqui no Brasil por volta do seculo XVII.
A primeira expedição holandesa bateu nos nossos costados por volta de 1621, não sendo lá muito bem sucedida. A segunda, em Pernambuco em 1630, teve mais exito.
Mas o que queriam esses camaradas, para vir de tão longe? Facil! queriam adoçar as suas vidas com o nosso açucar, artigo de luxo na Europa naquela epoca!
Grande potencia maritima, haviam desenvolvido a fragata, navio de guerra muito eficiente e não tiveram grandes dificuldades para aqui se estabelecer.
Animados com a nova terra conquistada, mandaram para cá o Conde Mauricio de Nassau, com um séquito de pintores, arquitetos, escritores, naturistas, médicos, astrologos e coisas assim. Naquela época já tinham grandes especialistas, assim como tem hoje grandes jogadores de futebol (nem me lembra do dois a um!).
Mas resumindo a ópera, ficaram alí pela área de Pernambuco até por volta de 1654. Nesse tempo, investiram bastante na cidade de Recife, que estava sendo planejada para ser a primeira capital do Brasil. Aproximaram-se também dos proprietários dos grandes engenhos, no seu interesse pelo açucar.
Taí! Já faz tempo que esse povo de tamancos está nos provocando. Foram mandados embora do Brasil e de revanche, nos mandaram embora da Africa do Sul!
Chupa essa laranja, Dunga!
QUEM NOS DEU UM PÉ NO TRAZEIRO!!

Sempre achei o blog uma maneira muito interessante de comunicação. Pouco antes do jogo Brasil e Holanda, conversando com a Ivani, lembrei-me que os holandeses são pouco conhecidos por nós brasileiros, mas já tiveram uma grande importancia no inicio da nossa colonização. Que país é esse que trava uma luta heróica contra o mar, construindo diques? Além das vacas holandesas que são campeãs na produção de leite e da cidade de Holambra que é campeã na produção de flores, esse povo que usa e abusa dos tamancos é pouco conhecido por nós. Vamos pesquizar um pouco sobre a Holanda atual e a antiga, aquela que deu um trabalho danado para os portugueses ao tentar se apropriar do Brasil, recem conquistado.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

MARIALVA CULTURAL

Começando meu blog marialva cultural nesta data, dia 02 de julho de 2010, dia da derrota do brasil para a holanda.
testando!!!!!!
testando!!!!!!