Faustino Antunes

quarta-feira, 2 de maio de 2012

CINE MARIALVA


Foto arquivo Armando Rossato

CINEMA NA PRAÇA

Na frente do cinema havia uma praça. Não era uma praça no sentido literal da palavra. Era um pedaço de rua, onde as pessoas se encontravam aos domingos á noite para conversar e namorar. Muitos relacionamentos sérios e outros nem tanto tiveram inicio nesse vai e vem dominical. Como não havia shoppings e as televisões eram raríssimas, sobrava para os jovens essa opção para se encontrar com amigos.
 Lá dentro, na tela, os tiros dos faroestes pipocavam dos colts do Django, Trinity e outros caubóis. O Jerry Lewis e o Mazzaropi matavam a platéia de dar risadas e o Gianni Morandi arrancava suspiros das mocinhas. Gigliola Cinquetti também nos visitou varias vezes com o Dio Come Ti Amo e Non Ho L’etá. Na sexta feira santa, um velho filme da Paixão de Cristo comovia a todos. Vez em quando, o erotismo de uma pornochanchada da Vera Cruz para os adultos.
Nos domingos á tarde, na hora da matinê, enquanto o Tarzan e a Chita faziam suas peripécias na selva, a molecada se encontrava lá fora para trocar gibis: Tio Patinhas, Pato Donald, Tarzan, Zorro e uma infinidade de títulos eram trocados. Poucos compravam as revistinhas: liam durante a semana e aos sábados trocavam por outras não lidas.
A música oficial do Cine Marialva era o Viver ou Morrer de Paul Mauriat. Quem tem mais de trinta anos, ainda se recorda do velho cinema ao ouvi-la.

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