Foto arquivo Armando Rossato
CINEMA NA PRAÇA
Na frente do cinema havia uma praça. Não era uma praça no
sentido literal da palavra. Era um pedaço de rua, onde as pessoas se
encontravam aos domingos á noite para conversar e namorar. Muitos
relacionamentos sérios e outros nem tanto tiveram inicio nesse vai e vem
dominical. Como não havia shoppings e as televisões eram raríssimas, sobrava
para os jovens essa opção para se encontrar com amigos.
Lá dentro, na tela,
os tiros dos faroestes pipocavam dos colts do Django, Trinity e outros caubóis.
O Jerry Lewis e o Mazzaropi matavam a platéia de dar risadas e o Gianni Morandi
arrancava suspiros das mocinhas. Gigliola Cinquetti também nos visitou varias
vezes com o Dio Come Ti Amo e Non Ho L’etá. Na sexta feira santa, um velho
filme da Paixão de Cristo comovia a todos. Vez em quando, o erotismo de uma
pornochanchada da Vera Cruz para os adultos.
Nos domingos á tarde, na hora da matinê, enquanto o Tarzan e
a Chita faziam suas peripécias na selva, a molecada se encontrava lá fora para
trocar gibis: Tio Patinhas, Pato Donald, Tarzan, Zorro e uma infinidade de
títulos eram trocados. Poucos compravam as revistinhas: liam durante a semana e
aos sábados trocavam por outras não lidas.
A música oficial do Cine Marialva era o Viver ou Morrer de
Paul Mauriat. Quem tem mais de trinta anos, ainda se recorda do velho cinema ao
ouvi-la.
Muito bom. Gostei
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