Faustino Antunes

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

ANTONIO ANTUNES

Antonio Antunes nasceu em Portugal, na cidade de Pombal no ano de 1904. Pouco se sabe da sua infância mas era uma vida difícil e simples. Seu trabalho era pastorear ovelhas e cuidar das propriedades, pequenos lotes de terra, cercados de pedras, abundantes na região. Serviu o exercito por volta de 1924 e como a Europa vivia a crise do pós guerra, com poucas oportunidades, resolveu tentar a sorte no mundo novo. Embarcou para o Brasil.
Aqui, a realidade era bem diferente de Portugal em meados do século XX. Muitos imigrantes chegando no porto de Santos com a perspectiva de melhorar a vida. E o Brasil abria-se para esses desbravadores, carente que estava de mão de obra.
Seu primeiro emprego foi de operário na ferrovia Mairinque a Santos. Trabalho braçal duro, na marreta e picareta enfileirando dormentes e trilhos, cortando a serra para a composição levar para o porto, as riquezas do interior.
Guardou um dinheirinho. Um dia alguém lhe falou de um lugar no norte do Paraná chamado Marialva, que estava sendo desbravado e colonizado. Ouvir o nome da cidade fez seu coração bater forte. Conhecera na sua juventude em Portugal, uma velha senhora de nome Marialva que era de uma bondade absoluta. Decidiu que iria conhecer essa cidade-criança com nome de mulher.
O irmão Joaquim havia também chegado da Europa e partiram ambos para as terras roxas do Paraná. Era um projeto de cidade, com os pioneiros chegando lentamente, improvisando barracos no meio do mato e vivendo do jeito que dava.
Comprou um sitio de quatro alqueires na Gleba Aquidaban e dá-lhe machado na mata virgem. Em alguns anos, os primeiros pés de café começavam a produzir. As primeiras construções no sitio eram feitas de troncos de palmitos e cobertos com tabuinhas de tamboril. As árvores maiores derrubadas na mata eram serradas nos traçadores, transformadas em vigas e reservadas para a construção de tulhas.
Infelizmente com poucos anos de Brasil, o irmão Joaquim faleceu. A vida, que já era difícil, complicou de vez.
Voltou para Portugal em 1953 e retornou para o Brasil no navio Vera Cruz, já casado com a portuguezita Maria José Ferreira.
E adeus terras lusitanas. Adotou Marialva como pátria e na sua terra descansou depois de uma vida de muito trabalho.

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