Faustino Antunes

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

MEU SANGUE




Você ainda é um sonho, uma esperança.
Mas é um pedaço de mim, um fragmento,
De um amor eterno, grande e verdadeiro.
Que explodiu em vida, num momento.

Eu quero, quando um dia a luz vital.
Pela vez primeira iluminar teu ser
Te envolva num manto de força e energia
E te faça sentir, a alegria de viver.

Se num dado momento te sorrir a gloria
E sentires o gosto da conquista do tesouro
Mereces ser feliz e serás, mas não te esquece,
Que murcha e seca rapidamente o louro.

Se um dia achares que abraçastes o infinito
Mas que estás de mãos vazias, não te esquece,
Que nem sempre se amealha coisas úteis,
E nem tudo é ouro, o que com ouro se parece.

Eu sei que o mundo, às vezes é cruel.
E constantemente nos ceifa a ilusão
Mas é preciso se erguer a cada tombo
E tirar de cada queda uma lição.

É preciso caminhar, mesmo que a meta,
Nos pareça distante. É necessário prosseguir
Pois não importa o caminho, o que importa,
É sempre lutar, enfrentar. Sempre insistir.

E se for preciso escolher entre o mundo
E a ti mesmo, procure sempre se lembrar,
Que é importante ouvir, e mais ainda,
É antes de outrem, a ti mesmo respeitar.

Mas se um dia a tormenta agitar teu barco
Assolar teus sonhos, encurtar teu chão.
Nunca te esqueças que tens um amigo
Que caminhará contigo e te dará a mão.



Trabalho publicado em 1986 no livro Poetas Brasileiros de Hoje – 1986, pela Editora Shogun Arte, Rio de Janeiro RJ.

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