
QUINTO DOS INFERNOS
Caio fora, e é agora,
Deste quinto dos infernos
Desta terra maldita
Nem o pó quero levar
Agarrado nas tamancas
Que é que eu quero c’as favelas
C’o esta horda de remelas
Com este povinho futrica
Que cultiva tiririca
No melhor das suas terras
Porque é que eu fui aqui
Amarrar o meu jumento
Neste sitio purulento
Onde uma vida humana
Não vale meia pataca
Onde as aves de rapina
São tratadas a pão de ló,
E as pombas essas coitadas
Dos seus ninhos são chutadas
Sem piedade e sem dó
Nesta terra sem justiça
Onde a lei não vale nada
É o reino da marmelada
E a sentença do mais forte
Vale por pena de morte
Vou voltar pra minha terra
(lá sou amiga do rei)
Lá povo não mete o bedelho
E quando lá morre o monarca
Coroamos o fedelho
Faustino
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