TIC-TAC
Tic-tac faz o cuco indolente
Lembrando-me que estou vivo
E que o tempo passa. E não volta
Nunca volta, e só dá voltas.
E se brilha o sol no horizonte
Ou uma chuva fininha me visita
Ele corre a toda brida,
Querendo fugir de mim
Se, porém o tempo fecha.
E a tormenta me faz pequenino
Esse insensível peregrino
Arrasta-se feito uma lesma
E no seu infindável tic-tac
Esse patrão me vigia
Contando os meus passos
Controlando meus espaços
Um dia ainda quebro esses doze olhos
Mesmo sabendo que vou ficar perdido
Que vou caminhar sem rumo pela vida
E que perderei até a minha identidade
Não importa! Sem regras, é o meu grito.
Vá controlar esses escravos enrustidos!
Porque eu me recuso a dar ouvidos
A esse infindável barulhinho maldito!
Faustino
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