Faustino Antunes

sexta-feira, 20 de abril de 2012

MALLEUS MALEFICARUM


A BRUXA

Cadê a bruxa que estava aqui?
O gato comeu!
Que gato?
O gato da bruxa!

Como pode? Essa bruxa não era fraca não!
Sobreviveu ao Martelo das Feiticeiras
A inquisição do Santo Oficio
E deixou-se comer pelo gato?

Sobreviveu a pestes e pragas
Superou a fome medieval
Ao subjugo do macho dominante
E deixou-se comer pelo gato?

Numa noite de intenso temporal
Sapecou no lume santo, seus pentelhos
E agora se deixa consumir
Por um reles gato!

Escapou das trevas seculares
E á escuridão clerical
Enfrentou feras itinerantes
E...  Um gato?

Testemunhas viram numa noite de breu
O gato perfumado, numa bela carruagem
Levar a maga, num assanho sem igual
Para delir seu fogo eternal.


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