Faustino Antunes

terça-feira, 3 de abril de 2012


PRESENTE - PASSADO

Muitos dizem que as coisas melhoraram em comparação há algumas décadas atrás. Alguns dizem que pioraram e que antigamente é que era bom.

Antes tudo era difícil e trabalhoso. O esforço era mais físico do que mental. As distancias eram realmente grandes e os meios de transportes precários. Hoje, aeronaves de ultima geração percorrem todo o espaço do planeta em poucas horas. A internet coloca o universo inteiro dentro de nossas casas. Pesquisas e mais pesquisas são feitas para diminuir os nossos esforços físicos. Antes o ar era puro e saudável. Hoje é poluído e cancerígeno! Antes os rios eram límpidos e tinham peixes. Hoje são poluídos e tem mais lixo do que água! Antes, a impressão era de que o tempo passava. Hoje nos parece que voa!

Somos hoje mais felizes? Parece-me que não! A modernidade que veio para nos dar mais conforto falhou num detalhe: esqueceu de nos dar a consciência de que conforto significa ter mais tempo para ser feliz. Hoje, transformamos o tempo no nosso grande inimigo e corremos desembestados em busca de algo que não sabemos muito bem o que é, mas que perseguimos com todas as nossas forças. Vivemos tão deprimidos com o passado e ansiosos com o futuro que o dia de hoje passa despercebido.

Fugimos da nossa realidade nos concentrando na realidade dos outros, ou na falsa realidade, que chamamos de virtual. Perdemos a virtude de nos espantar com o desconhecido, porque tudo nos parece normal ou natural. Perdendo nossos valores essenciais, sentimos que um vazio enorme nos absorve e nos anula.

Valeu à pena trocar a paz e a tranqüilidade de uma vida simples pelas comodidades modernas? Não se sabe!

Teria jeito de ser diferente? Improvável!

O que sabemos é que a coisa está como está e só nos resta assimilar. Tentar aliar a tecnologia à felicidade. Usufruir da modernidade entendendo que ela é um meio e não um fim.

E se sobrar um tempinho nessa correria doida, sair pelos campos, chupar fruta no pé, respirar profundamente o restinho de ar puro que nos resta!

Como antigamente!

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