Faustino Antunes

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010


Há muitos anos atrás, Saint-Exupéry nos dizia no seu famoso livro “O Pequeno Príncipe” que os adultos têm dificuldades em entender qualquer linguagem que não seja a dos números. E exemplificava: se dissermos a um adulto que vimos uma casa linda e maravilhosa, de tal cor e tal feitio, ele não conseguiria imaginar essa casa. Mas se dissermos a esse adulto que vimos uma casa de um milhão de reais ou dólares, imediatamente ele conseguiria visualizar o que queríamos.
Vemos hoje na questão ambiental, alguma coisa semelhante. A nossa preocupação só se torna visível quando os dados são apresentados em números. Ultimamente os meios de comunicação tem nos mostrado alguns estudos sobre o prejuízo de não conservarmos o meio ambiente. Dá-nos em números aproximados quanto estamos perdendo em não conservarmos os nossos corais, mares e oceanos e consequentemente diminuindo a produção de peixes. Apresenta-nos um valor numérico do trabalho dos insetos na conservação da natureza. Chega mesmo a fazer uma previsão do que perdemos ao explorar as abelhas para a produção de mel, não as deixando livres somente para a polinização das flores. Nas contas de mais créditos e menos débitos, o nosso saldo começa a ficar negativo.
Desde que o homem se entende por homem e principalmente depois da Revolução Industrial, os interesses econômicos falam mais alto que o amor pela natureza. Vale tudo ou quase tudo para se acumular riquezas, até mesmo comprometer o nosso futuro no planeta. Esquecemos-nos que as gerações futuras também têm o direito de usufruir de todas as maravilhas que a Terra nos oferece graciosamente e que hoje elas não têm essa garantia. Como nos diz a bela frase de origem incerta: “Não herdamos o planeta Terra dos nossos antepassados, mas o tomamos emprestado das nossas futuras gerações”

Nenhum comentário:

Postar um comentário